Fichas de Leitura
FICHA DE LEITURA 1
Título artigo: Non- verbal communication in heath area
Autores: Ana Paula Ramos e Francine Manara Bortagarai
Metodologia
A metodologia utilizada durante a realização desta pesquisa cingiu-se à pesquisa e leitura de um artigo científico.
Objetivo da pesquisa
A realização desta pesquisa deveu-se ao facto de, ao longo do ensino clínico, me ter deparado com inúmeros utentes que não conseguem falar, portanto, não conseguem comunicar verbalmente, incluindo a utente com a qual estou a realizar o caso clínico para o portefólio. Desta forma decorre a iniciativa e a motivação para a pesquisa desta temática.
O interesse pela temática da comunicação não verbal foi motivo para aprofundar o meu conhecimento e, desse modo, compreender da melhor forma as necessidades de cada um, através das múltiplas formas de comunicar.
A comunicação é, sem dúvida, uma das ferramentas mais importantes para a prática de enfermagem, sendo necessário conhecer os tipos de comunicação e as estratégias a implementar nos diferentes contextos.
Relevância da pesquisa
A comunicação pode ser verbal ou não verbal, sendo que ambas estão presentes nos cuidados. É certo que existem diferenças entre ambas, sendo que na sua essência, a comunicação não verbal é pautada pela capacidade de exprimir sentimentos e emoções de forma que o utente demonstre o que sente, e se compreendeu o que lhe foi dito.
A comunicação não verbal operacionaliza-se no suspiro, na tosse, nos grunhidos, nos sinais silenciosos do corpo, na postura, no olhar, na expressão facial, sendo crucial estarmos atentos a todos estes aspetos e decifrá-los para conseguirmos dar a resposta mais eficaz às necessidades do indivíduo.
Segundo (Ramos & Bortagarai, 2022) "Em estudos realizados com profissionais de saúde, verifica-se que estes consideram importante o conhecimento da comunicação não-verbal, porque sem tal perceção emocional, os problemas do dia a dia e rotina podem fazer com que os profissionais toquem sem sentir, olhem sem ver e escutem sem ouvir." Considero que esta citação é a chave para perceber a importância de saber comunicar e de perceber os sinais que nos são dados para podermos dar a importância necessária à comunicação não-verbal.
Para uma melhor perceção da comunicação é necessário realizar uma regulação do volume da voz, ter em conta a postura corporal entre o sujeito e profissional de saúde, a utilização do toque que está correlacionado com a realização de procedimentos práticos, podendo também ter a finalidade de demonstrar empatia, segurança e proximidade, podendo gerar segurança e conforto, mas também medo e ansiedade.
O profissional de saúde tem de ser capaz de apresentar as skills necessárias para interpretar o significado das mensagens que o sujeito envia, de forma a conseguir realizar e estabelecer um plano de cuidados individualizado, indo ao encontro das necessidades do utente.
É necessário que os profissionais de saúde procurem técnicas, instrumentos, capacidade e competência para desenvolver e perceber a comunicação não-verbal de maneira que seja mais simples a interação com o utente para que este se sinta, efetivamente, compreendido.
É essencial dedicar tempo, atenção e um olhar atencioso. Estes aspetos revelam-se de enorme importância para estabelecer uma relação baseada na confiança e para contribuir para a autoestima do utente.
Assim, os objetivos terapêuticos serão conseguidos com eficácia e satisfação, tanto pelo profissional de saúde como pelo utente.
Como o próprio artigo indica, foram reveladas algumas dificuldades que alunos, futuros profissionais de saúde, apresentam sobre as suas perceções "possuem de si próprios em termos de comunicação não-verbal e autoconhecimento corporal" (Ramos & Bortagarai, 2022).
Relevância para a aprendizagem e Ensino Clínico
Considerei relevante realizar esta ficha de leitura, pois desde que ingressei no curso de licenciatura em enfermagem que percebi a importância da área da comunicação no Ensino Clínico.
Perceber e ouvir o próximo é fundamental na prática de ensino clínico. Em muitos casos, a comunicação verbal é inexistente e, portanto, temos de suprimir as necessidades das pessoas na mesma pelo que, o profissional de saúde, tem de se envolver no processo relacional de maneira a dominar a comunicação não verbal.
Com a oportunidade de estar em contexto clínico, constatei que existem inúmeros utentes que não apresentam a capacidade de comunicar de forma verbal. Então, através da leitura e pesquisa sobre esta temática, levo uma perspetiva diferente de conseguir perceber as formas de comunicação não-verbal e estar consciente que, muitas vezes, o silêncio acaba por também ser uma resposta.
É essencial dispormos de tempo para conseguirmos passar a mensagem da forma mais eficaz ao utente para que seja compreendida. O utente tem de sentir segurança e confiança no profissional de saúde que o acompanha. É importante ter em conta a distância, o tom de voz, a postura e interpretar a mensagem que posteriormente nos for enviada pelo recetor. Mostrar que estamos disponíveis acaba por propiciar um compromisso e uma relação de proximidade profissional-utente, o que facilita a comunicação.
FICHA DE LEITURA 2
Título do artigo: Abordagem Snoezelen em idosos institucionalizados e modelos cognitivos de eficácia cuidadores
Autora: Maria Martins
Metodologia
A metodologia utilizada durante a realização desta pesquisa cingiu-se à pesquisa e leitura de um artigo científico.
Objetivo da pesquisa
Desde o início do ensino clínico que esta temática me interessou uma vez que a Instituição Ferreira Freire apresenta uma Sala de Snoezelen à disposição dos idosos institucionalizados, os quais são acompanhados pelos terapeutas ocupacionais.
Sendo um tema que desconhecia, para ficar a compreender melhor esta forma de estimulação multissensorial, decidi realizar esta ficha de leitura.
Relevância da pesquisa
Para entendermos a utilidade de uma sala de snoezelen e dos seus benefícios, é importante perceber primeiramente no que consiste e que tipo de estímulos consegue oferecer. (Figura 3)
A criação de uma sala de snoezelen teve como objetivo promover a estimulação multissensorial para "pessoas com problemas de desenvolvimento, hiperativos, deficientes mentais e autistas." (Martins, 2015 as cited in Ad Verheul,2007).
Neste tipo de espaços de dinamização da estimulação multissensorial, podemos encontrar inúmeros equipamentos, cada um produzindo sensações e estímulos diferentes. Estão presentes elementos vibroacústicos, estando a sensação de vibração ligada ao sentido de audição e ao tato. O colchão de água está indicado para "diminuir a hipertonicidade, permite trabalhar o controlo postural, o sistema vestibular, a dimensão tátil (temperatura e vibrações), propriocetiva, relaxamento, baixar a tensão arterial e equilíbrios e desequilíbrios axiais." (Martins, 2015 as cited in Rodríguez,2012).
Neste tipo de espaços podemos encontrar também solos com diferentes texturas e almofadas para ser possível realizar exercícios que trabalhem a motricidade fina.
Há também estímulos auditivos que estão intrinsecamente ligados aos elementos vibroacústicos, através da produção de diferentes vibrações que podem originar sons, músicas de baixa frequência, provocando uma sensação de bem-estar e conforto.
São ainda proporcionados alguns estímulos visuais de forma a perceber os tipos de reações aos mesmos, seguimento visual e se promovem estimulação cognitiva. Temos como exemplos a utilização de uma bola de espelhos, luz negra, tubos fluorescentes, entre outros recursos visuais.
É importante refletir que as salas de snoezelen foram projetadas para pessoas com problemas neurocognitivos, então é necessário ter em atenção que "pessoas comprometidas cognitivamente têm um nível baixo de funcionamento no momento de processar todos os estímulos que o ambiente oferece, por isso, na sala de snoezelen, estes devem ser selecionados para que a pessoa os possa perceber e processar adequadamente..." (Martins, 2015 as cited in Rodríguez,2012).
Em suma, existem bastantes benefícios provenientes da utilização de uma sala de snoezelen, principalmente em residências geriátricas, tal como podemos verificar no quadro abaixo:
Relevância para a aprendizagem e Ensino Clínico
A realização desta pesquisa permitiu-me concluir que existem alternativas para promover certos tipos de estímulos e que desencadeiam várias respostas, acabando por, a longo prazo, serem bastante benéficas para utentes que apresentem Alzheimer e Distúrbios Neurocognitivos. Relativamente à utente que se insere no meu caso clínico, poderia beneficiar com o uso do colchão de água, pois apresenta dificuldades no controlo postural. Por outro lado, uma vez que apresenta como patologia Parkinson, tendo por isso um comprometimento da motricidade fina, poderia de igual modo beneficiar com a utilização de solos com diferentes texturas, presentes nas salas de Snoezelen.
Em algumas residências geriátricas, como na Fundação Ferreira Freire, a existência de uma sala desta natureza, assume um papel importante para estimular os utentes, de acordo com as suas necessidades, através da intervenção de terapeutas especializados.
FICHA DE LEITURA 3
Título da monografia: Utilização da linguagem CIPE pelos estudantes de enfermagem: vantagens, dificuldades e contributos das aulas teóricas
Autores: Ana Margarida Rocha e Ema Perdigão
Metodologia
A metodologia utilizada durante a realização desta pesquisa cingiu-se à pesquisa e leitura de uma monografia realizada por estudantes de enfermagem.
Objetivo da pesquisa
Desde o primeiro seminário para dar abertura ao presente Ensino Clínico, que foi dada extrema importância à utilização da Linguagem CIPE para a realização de planos de cuidados.
A escolha da temática tem o intuito de ficar a compreender este tipo de linguagem, uma vez que apresento algumas dificuldades na mesma e, por ser uma temática que me vai acompanhar ao longo do meu percurso como estudante e como futura profissional de saúde.
Relevância da pesquisa
Primeiramente, é retratado a importância da realização de registos em enfermagem na medida em que "permitem assegurar a continuidade dos cuidados, obter dados para a avaliação e ajudar no desenvolvimento da disciplina de Enfermagem..." (Rocha & Sousa, 2009).
Por outro lado, a realização de registos permite que haja comunicação por parte dos enfermeiros nas suas decisões e intervenções, bem como a partilha de avaliações e resultados esperados.
Os enfermeiros recolhem permanentemente dados, estabelecem objetivos, definem ações e avaliam o impacto dessas ações sobre a saúde das pessoas. Nessa perspetiva, o contexto da prática é marcado e dependente da aquisição, análise e interpretação de informação, existindo necessidade de documentar dados relativos ao processo de tomada de decisão, que inevitavelmente condiciona a continuidade de cuidados. (Rocha & Souza, 2009, as cited in Sousa, 2006).
A CIPE relevou-se como um instrumento que viabiliza a promoção, a organização do cuidado e a qualidade da assistência, contribui para a autonomia e autoconfiança profissional, além de promover a viabilidade das práticas de Enfermagem e valorização da profissão (Rocha & Souza, 2009, as cited in Pfeilsticker & Cadê, 2006).
A Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem tem como objetivo ser usada por profissionais de enfermagem na formação e construção de focos, diagnósticos, intervenções e resultados de Enfermagem.
A presente monografia pretende demonstrar e responder às seguintes questões:
- Quais as vantagens atribuídas pelos estudantes de Enfermagem face à utilização da linguagem CIPE em ensino clínico?
- Quais as dificuldades dos estudantes de Enfermagem face a utilização da linguagem CIPE em Ensino Clínico?
- Quais os contributos da formação académica CIPE para ensino clínico?
Rocha & Sousa (2009) apontaram como algumas vantagens da utilização da CIPE em Ensino Clínico:
- A CIPE facilita a interligação com outros serviços de saúde;
- A CIPE permite refletir sobre a prática clínica através da documentação dos cuidados de Enfermagem;
- A linguagem CIPE possibilita uma melhor execução de planos de cuidados;
- A CIPE facilita a identificação das necessidades dos clientes;
- A CIPE estabelece uma linguagem comum para a prática de Enfermagem;
Os estudantes têm de estar despertos para esta nova realidade de gestão de cuidados, uma vez que a CIPE está a ser implementada em cada vez mais organizações do país, procurando contributos que esta classificação possa oferecer para a melhoria dos cuidados prestados (Rocha & Sousa, 2009).
Rocha & Sousa (2009) apresentaram como dificuldades dos estudantes de enfermagem face à utilização da CIPE em contexto clínico:
- A utilização da CIPE é dificultada quando há défices de conhecimentos informáticos;
- Dificuldade na utilização do Software;
Por fim, relativamente aos indicadores e afirmações que dão resposta aos contributos das aulas teóricas para o Ensino clínico, destaco:
- As aulas teóricas sobre este conteúdo programático contribuem para a melhoria da qualidade dos registos em ensino clínico;
- Facilitam a realização dos registos informatizados;
- Os domínios adquiridos durante as aulas teóricas facilitam a utilização da linguagem CIPE;
Relevância para a aprendizagem e Ensino clínico
Após a leitura atenta da monografia, concluo que é um tema que apresento ainda alguma dificuldade a dominar uma vez que é a primeira vez que estou num ensino clínico em contexto clínico, onde é necessário dominar a linguagem CIPE para a elaboração de planos cuidados individualizados, onde os focos, diagnósticos e intervenções têm de ser bem estruturados e com a linguagem correta.
É um tema com bastante relevância uma vez que apresenta um aspeto fundamental para a existência de coerência entre todos os profissionais de saúde, nomeadamente enfermeiros, para a melhoria da prática de enfermagem e no planeamento de cuidados.